quarta-feira, 13 de outubro de 2010

SWU: sustentabilidade ou capitalismo?

Domingo passado (dia 10.10.10, data profética) fui ao SWU festival que pregava a sustentabilidade. A pergunta fica: sustentabilidade de quem? Demorei um pouco para escrever esse post e vi que já estão bombando na rede comentários negativos sobre o evento, já criaram até uma conta no Twitter: 
@swuvaitomarnocu. Eu, como muitos, também tenho uma visão negativa do evento.
Eu ganhei o ingresso então, na teoria, não tinha muito direito de reclamar mas fiquei pensando nas pessoas que pagaram uma bolada para estarem lá. Confesso que não aconteceu comigo nada traumático como roubo, acidentes e afins, mas nem por isso tudo foi flores.
Antes de ir ao SWU já tinha me informado e sabia de alguns contratempos do sábado por isso fui preparada. Já havíamos decidido a não deixar o carro no estacionamento na Fazenda Maeda já que ninguém merece desenbolsar 100 pilas sem garantia, afinal, os organizadores avisaram no site oficial que não se responsabilizariam por furtos ou roubos. Resolvemos deixar o carro no bolsão mais próximo ao evento. Aí começa a aventura. Havia uma fila para estacionar mas até que foi rápida. Enquanto esperávamos começamos a conversar com um rapaz que se ofereceu junto com uma moça para entrar no carro e assim pagarmos R$30 de estacionamento. Aceitamos. O casal (não amoroso pelo jeito) haviam ido no sábado e nos informaram do caos na hora de sair do evento. Ônibus que iriam levar até os bolsões demoravam muito e várias pessoas acabaram indo embora a pé. Nessa hora tomamos outra decisão: não esperar o fim do último show. Confesso que queria ver o Kings of Leon mas não estava nada a fim de enfrentar o caos relatado.
Guardado o carro, fomos para a fila do ônibus que nos levaria a fazenda Maeda, local do evento. Acho que esperamos uma hora na fila. E para melhorar quando os ônibus passavam levantavam a poeira de uma estrada de terra deixando um rastro marrom em quem esperava. Já no ônibus foi até que tranquilo, até chegar na estrada de terra  que era um dos únicos acessos a fazenda (além desse existe mais um por outra estrada de terra). Aconteceu o óbvio: 50 mil pessoas tentando ir ao evento  e só tinha essas duas opções precárias. Com a expectativa de 40 minutos de congestionamento muitos resolveram descer e ir a pé. Resolvemos ficar e percebemos mais tarde que foi uma decisão acertada já que durante o trajeto passamos por várias pessoas que estavam no ônibus e resolveram descer. 
Entrada do evento. Uma multidão querendo entrar e ninguém para informar, fomos seguindo o fluxo. Já na entrada percebíamos um monte de lixo e coisas jogadas no chão. Cadê as lixeiras? Cadê a sustentabilidade?
Havia revista nas mochilas e seguranças confiscando alimentos e bebidas. Eu presenciei um rapaz perdendo seu pacote de Ruffles e em seguida o segurança degustando o contrabando. Eu não vejo outra razão para essa medida a não ser forçar o consumo dentro do evento já que o que era o velho e gorduroso junkfood de todos os shows. Álias vi alguns vendedores vendendo pacotes de bolachas e similares. Eu resolvi não comer já que as filas estavam enormes e segundo informações a comida era ruim.
Em relação aos shows não tenho muito o que dizer porque fiquei mais tempo em filas do que curtindo a música. Além disso colocaram umas tendas em frente ao palco principal atrapalhando a visão. O único show que assisti inteiro foi do Otto.
A volta ao bolsão foi tranquila afinal saímos antes de acabar (e até de começar) o último show. A única ressalva dessa volta é em relação ao ônibus. Os motoristas (cumprindo ordens é lógico) esperavam os ônibus lotarem para seguir viagem, mas durante a espera este ficavam ligados, ou seja, poluindo. 
Resumindo: para mim apesar de tudo o SWU foi legal, nos informamos antes, tomamos algumas decisões acertadas e evitamos maiores problemas, mas sei que para uma galera que pagou o evento foi punk. Ouvi até ameaças de processos. E a sustentabilidade só serviu de um verniz muito mal passado para um capitalismo exacerbado que cobrava caro. 
P.S.: as fotos que ilustram a matéria foram tiradas por mim do meu celular por isso a qualidade meia boca

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